quinta-feira, 11 de maio de 2017

➽ Uso da Gramática na Redação do Enem

Não sei se um professor já falou, mas estudar redação passa, claro, pelo estudo da gramática. Na construção de uma redação no vestibular é importante conhecer os mecanismos que formam a Língua Portuguesa. Saiba diferenciar frase, oração e período

Ao nos comunicarmos, dispomos as palavras em uma ordem que faça sentido. Todo enunciado provido de significado pode ser considerado uma frase. Por exemplo:


Uau!


Aqui, a entoação (quando oral) e o uso da pontuação (exclamação, ponto-final etc.) e um determinado contexto contribuem para a construção de sentido, formando assim uma frase.

As frases de estrutura mais complexa se organizam, em geral, com um ou mais verbos. A frase ou parte de uma frase que se organiza com um verbo ou uma locução verbal (dois verbos juntos - um verbo auxiliar + um verbo principal, expressando um só sentido - como em "havia dito", "tenho estudado" etc.) é chamada de oração.

Veja abaixo este modelo de redação que você aprenderá a fazer em nosso site. Veja mais acesse aqui.



Veja:

O mundo está cheio de pessoas que abriram mão de uma carreira supostamente "de sucesso" para realizar seu sonho, aparentemente "maluco".


O período acima é composto de três orações, formadas com três verbos. Já aquele estruturado em apenas uma oração (com um único verbo ou locução) constitui um período simples. Quando formado por duas ou mais orações, constitui um período composto.

Termos da oração

• Objeto direto: é o termo que completa o sentido de um verbo, sem o uso de preposição. Veja:

Redigi uma carta.


O verbo "redigir" pede um complemento, pois, quem redige, redige alguma coisa. Dessa forma, o sujeito da oração (o ser ao qual o verbo se refere) é "(Eu)", e"carta"é o objeto direto da oração, pois completa o sentido do verbo. Para identificar o objeto direto, leia a oração, localize o verbo, veja se ele pede complemento sem preposição para ter seu sentido completo; localize, então, o termo que exerce essa função.

• Objeto indireto: completa o sentido de um verbo, com o uso de preposição (de, em, a, com, para, contra são alguns exemplos de preposição). Veja:

Ele gosta de cinema.


O verbo "gostar" pede complemento, pois, quem "gosta", gosta de alguma coisa e, como o verbo "gostar" exige o uso da preposição"de" o seu complemento se chamará "objeto indireto". Não hesite em "fazer a pergunta ao verbo" quando ler a oração, de forma a identificar a que a ação do sujeito se refere, detectando assim o objeto direto ou indireto da oração.

• Adjunto adverbial: termo da oração que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal:
Viajei de navio (adjunto adverbial de modo).

• Complemento nominal: termo da oração que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio, sempre por meio de preposição:

Estava consciente de seus erros.

•Adjunto adnominal; representado por artigos(a,o,uma, um etc), adjetivos (bonito, feio, gordo), locuções adjetivas (expressão que exerce a função de um adjetivo), pronomes adjetivos (meu, minha, seu, nosso etc), numerais (dois, mil etc). Os adjuntos adnominais modificam o substantivo, qualquer que seja a função que este exerça na oração. (Veja exemplo no quadro abaixo.)

• Predicativo do objeto: traz uma informação a respeito do objeto. (Veja exemplo no quadro abaixo.)
Fique atento!

Adjuntos adnominais e predicativos do objeto parecem a mesma coisa, mas têm funções sintáticas diferentes

■ Um homem racional argumenta sempre.
■ O juiz considerou as provas nulas.

Na primeira oração, o termo "racional" caracteriza o substantivo "homem", exercendo função de seu acessório, sendo, portanto, um adjunto adnominal; já na segunda oração, o termo "nulas" expressa um atributo ou circunstância ao objeto direto "as provas". Uma forma de saber se é adjunto adnominal ou predicativo do objeto é substituir o substantivo por um pronome. 0 que desaparece com o substantivo é acessório (portanto, adjunto adnominal); o que não desaparecer funciona como predicativo do objeto. Voltando a nossos exemplos:

■ Um homem racional argumenta sempre (Ele argumenta sempre) -"racional"é adjunto adnominal.
■ O juiz considerou as provas nulas (0 juiz considerou-as nulas) - "nulas" é predicativo do objeto.)

Atividade de expansão vocabular para redação

Segundo Santo Tomás de Aquino [1225-1274] a razão pode provar a existência de Deus através de cinco vias, todas de índole realista: considera-se algum aspecto da realidade dada pelos sentidos como o efeito do qual se procura a causa.
A primeira fundamenta-se na constatação de que no universo existe movimento. [...] Santo Tomás considera que todo movimento tem uma causa, que deve ser exterior ao próprio ser que está em movimento, pois não se pode admitir que uma mesma coisa possa ser ela mesma a coisa movida e o princípio motor que a faz movimentar-se. Por outro lado, o próprio motor deve ser movido por um outro, este por um terceiro, e assim por diante. Nessas condições, é necessário admitir ou que a série de motores é infinita e não existe um primeiro termo (não se conseguindo, assim, explicar o movimento), ou que a série é finita e seu primeiro termo é Deus.
A segunda via diz respeito à ideia de causa em geral. Todas as coisas ou são causas ou são efeitos, não se podendo conceber que alguma coisa seja causa de si mesma. Nesse caso, ela seria causa e efeito ao mesmo tempo, sendo, assim, anterior e posterior, o que seria absurdo. Por outro lado, toda causa, por sua vez, deve ter sido causada por outra e esta por uma terceira, e assim sucessivamente. Impõe-se, portanto, admitir uma primeira causa não causada, Deus, ou aceitar uma série infinita e não explicar a causalidade.



A terceira via refere-se aos conceitos de necessidade e possibilidade. Todos os seres estão em permanente transformação, alguns sendo gerados, outros se corrompendo e deixando de existir. Mas poder ou não existir não é possuir uma existência necessária e sim contingente, já que aquilo que é necessário não precisa de causa para existir. Assim, o possível não teria em si razão suficiente de existência e, se nas coisas houvesse apenas o possível, não haveria nada. Para que o possível exista é necessário, portanto, que algo o faça existir.
Ou seja: se alguma coisa existe é porque participa do necessário. Este, por sua vez, exige uma cadeia de causas, que culmina no necessário absoluto, ou seja, Deus.
A quarta via tomista para provar a existência de Deus [...] baseia-se nos graus hierárquicos de perfeição observados nas coisas. Há graus na bondade, na verdade, na nobreza e nas outras perfeições desse género. O mais e o menos, implicados na noção de grau, pressupõem um termo de comparação que seja absoluto. Deverá existir, portanto, uma verdade e um bem em si: Deus.
A quinta via fundamenta-se na ordem das coisas. [...] Para São Tomás de Aquino, todas as operações dos corpos materiais tenderiam a um fim, mesmo quando desprovidos da consciência disso. A regularidade com que alcançam seu fim mostraria que eles não estão movidos pelo acaso; a regularidade seria intencional e desejada. Uma vez que aqueles corpos estão privados de conhecimento, pode-se concluir que há uma inteligência primeira, ordenadora da finalidade das coisas. Essa inteligência soberana seria Deus.

MATTOS, Carlos Lopes de. Vida e obra. In: Tomás de Aquino. São Paulo: Nova Cultural, 2000; p. 9-10. (Coleção Os Pensadores). Adaptado.

Identifique no texto acima a presença das ideias de Aristóteles no pensamento do filósofo medieval Santo Tomás de Aquino.

Fragmento filosófico para usar na redação

O filósofo grego Aristóteles viveu no século IV a.C. e seu livro Ética a Nicômaco é sua principal obra dedicada à Ética. Muitos consideram que o livro representa um conjunto de aulas ou palestras que Aristóteles pronunciou e que mais tarde foram editadas por seu filho, Nicômaco. Nesse sentido, teriam servido para sua educação.

Este é um elemento bem legal para usar na sua redação e proporcionar um pensamento mais crítico que o da maioria dos candidatos que fazem os testes de admissão no vestibular de inverno das faculdades federais.



Segundo o filósofo, a Ética é um campo de conhecimento que serve para apontar o caminho para a felicidade (eudaimo-nia), entendida como uma vida virtuosa. Essa, por sua vez, não depende da riqueza material ou de divertimentos e prazeres, mas da virtude que se encontra justamente na medida entre os extremos, que é atingida com a prática da phronesis, a prudência.

Junto com Platão, Aristóteles é considerado fundador da Ética na Filosofia - estabeleceu problemas e questionamentos que foram retomados em vários momentos da história do pensamento. Na Idade Média, a Ética de Aristóteles teve impacto no pensamento árabe-muçulmano do filósofo Averróes (1126-1198) e, a partir de traduções do árabe, influenciou profundamente o pensamento cristão de São Tomás de Aquino (1225-1274) e a Filosofia Escolástica a partir do século XIII.

Fragmento

Livro I

1

Admite-se geralmente que toda arte e toda investigação, assim como toda ação e toda escolha, têm em mira um bem qualquer; e por isso foi dito, com muito acerto, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem. Mas observa-se entre os fins uma certa diferença: alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades que os produzem. Onde existem fins distintos das ações, são eles por natureza mais excelentes do que estas.

Ora, como são muitas as ações, artes e ciências, muitos são também os seus fins: o fim da arte médica é a saúde, o da construção naval é um navio, o da estratégia é a vitória e o da economia é a riqueza.

Mas quando tais artes se subordinam a uma única faculdade — assim como a selaria e as outras artes que se ocupam com os aprestos dos cavalos se incluem na arte da equitação, e esta, juntamente com todas as ações militares, na estratégia, há outras artes que também se incluem em terceiras —, em todas elas os fins das artes fundamentais devem ser preferidos a todos os fins subordinados, porque estes últimos são procurados a bem dos primeiros. Não faz diferença que os fins das ações sejam as próprias atividades ou algo distinto destas, como ocorre com as ciências que acabamos de mencionar.
Seria melhor, talvez, considerar o bem universal e discutir a fundo o que se entende por isso, embora tal investigação nos seja dificultada pela amizade que nos une àqueles que introduziram as Formas [ou Ideias]. No entanto, os mais ajuizados dirão que é preferível e que é mesmo nosso dever destruir o que mais de perto nos toca a fim de salvaguardar a verdade, especialmente por sermos filósofos ou amantes da sabedoria; porque, embora ambos nos sejam caros, a piedade exige que honremos a verdade acima de nossos amigos.

Os defensores dessa doutrina não postularam Formas [ou Ideias] de classes dentro das quais reconhecessem prioridade e posterioridade (e por essa razão não sustentaram a existência de uma Forma [ou Ideia] a abranger todos os números). Ora, o termo "bem" é usado

Construção do pensamento filosófico na redação

edição do manual têm afirmado que agora o número de pessoas com doenças mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas também muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a façanha de transformar a "normalidade" em "anormalidade". O "normal" seria ser "anormal". Dá-se assim a um grupo de psiquiatras o poder — incomensurável — de definir o que é ser "normal". E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas políticas governamentais de saúde pública, com consequências e implicações que ainda precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum momento sequer, que a definição das doenças mentais está intrinsecamente ligada a uma das indústrias mais lucrativas do mundo atual.
BRUM, Eliane. Acordei doente mental. Época, 20 maio 2013. Adaptado.
No entender da autora do artigo, no âmbito psiquiátrico, a distinção entre comportamentos normais e anormais:
a) apresenta independência frente a condicionamentos de natureza material histórica ou social,
b) pressupõe o poder absoluto da ciência, em detrimento da relativização dos critérios de normalidade.
c) deriva sua autoridade e legitimidade científica de critérios empíricos e universais,
d) busca valorizar a necessidade de autonomia individual no que se refere à saúde mental.
e) estabelece normas essenciais para o progresso e aperfeiçoamento da espécie humana.
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(Vunesp)
O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes partidários enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade para perceber a incongruência do "inimigo", mas foram bem menos críticos em relação ao "aliado". Segundo Westen, quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas.»O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição é apenas fracamente percebida.
SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de S.Paulo, 7 fev. 2012.
A tese exposta no texto expõe uma dificuldade em compreender a contradição entre convicções pessoais e fatos objetivos. De acordo com o texto, essa contradição está relacionada:
a) à capacidade da razão de prevalecer sobre interferências de natureza emocional.
b)às fortes tendências de manipulação do noticiário político pelos meios de comunicação.
c) a estados patológicos que dificultam a tarefa de compreensão racional da realidade.
d)a mecanismos neurológicos de proteção contra ideias e emoções ameaçadoras.
e) à defasagem entre valores éticos e interesses pessoais no campo político e partidário.
2.   (Vunesp)
Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes.
Keltner - O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade.
Mente & Cérebro - O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner - Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade que, do ponto de vista evolucionário, são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros.
Extraído de: <www.mentecerebro.com.br>. Adaptado.
De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradáveis:
a)dependem de uma integração holística com o universo.
filosofia

Alguns exercícios para melhorar argumentação

Panayiotis Zavos "quebrou" o último tabu da clo-iflft nagem humana — transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. "Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clo-nada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer", declarou Zavos. "Se nos esforçarmos, podemos ter um bebé clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebé clonado aQ mundo. Sofremos pressão para entregar um bebe clonado saudável ao mundo."
CONNOR, S. Disponível em: <www.independent.co.uk>. Acesso em: 14 ago. 2012. Adaptado.
A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a:
fa) refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do ser humano.
b) legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta.
c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal.
d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal.
e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.



2.   (Vunesp)
Encontrar explicações convincentes para a origem e a evolução da vida sempre foi uma obsessão para os cientistas. A competição constante, embora muitas vezes silenciosa, entre os indivíduos, teria preservado as melhores linhagens, afirmava Charles Darwin. Assim, um ser vivo com uma mutação favorável para a sobrevivência da espécie teria mais chances de sobreviver e espalhar essa característica para as futuras gerações.

Ao fim, sobreviveriam os mais fortes, como interpretou o filósofo Herbert Spencer. Um século e meio depois, um biólogo americano agita a comunidade científica internacional ao ousar complementar a teoria da seleção darwinista. Segundo Edward Wilson, da Universidade de Harvard, o processo evolutivo é mais bem-sucedido em sociedades nas quais os indivíduos colaboram uns com os outros para um objetivo comum. Assim, grupos de pessoas, empresas e até países que agem pensando em benefício dos outros e de forma coletiva alcançam mais sucesso, segundo o americano.
COSTA, Rachel. O poder da generosidade. IstoÉ, 11 maio 2012. Adaptado.

Embora divergentes no que se refere aos fatores que explicam a evolução da espécie humana, ambas as teorias, de Darwin e de Wilson, apresentam como ponto comum a concepção de que:

a) influências religiosas e metafísicas são o principal veículo no processo evolutivo humano ao longo do tempo.
b) são os condicionamentos psicológicos que influenciam de maneira decisiva o progresso na história.
c) a sobrevivência da espécie humana ao longo da história é explicada pela primazia de fatores de natureza evolutiva.
d) os fatores económicos e materiais são os principais responsáveis pelas transformações históricas.
e) os fatores intelectuais são os principais responsáveis pelo sucesso dos homens em dominar a natureza.

Visite a Wikipédia também
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
3.   (Vunesp)

A poderosa American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria - APA) lançou neste final de semana a nova edição do que é conhecido como a "Bíblia da Psiquiatria": o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. Não estou sozinha. Está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias doenças do manual. Se uma pesquisa já mostrou que quase metade dos adultos americanos teve pelo menos um transtorno psiquiátrico durante a vida, alguns críticos renomados desta quinta

A amarração do texto dissertativo

Vimos que, relacionada à evolução e a muitas outras áreas de conhecimento/a genética é um campo de estudos da biologia que frequentemente lança novas questões filosóficas e culturais profundas. É justificável eticamente clonar seres vivos e mesmo seres humanos? É desejável promover mudanças que tornem o indivíduo ou a espécie mais apta ou "evoluída"? O filme Gattacrf retrata um futuro em que os seres humanos são fruto de manipulação genética, o que, num regime marcado por forte controle da vida pelo Estado, resulta na criação de uma espécie de sociedade de castas, com fortes preconceitos e discriminações em relação às pessoas geneticamente "inferiores". Como toda distopia, a ficção retrata inquietações presentes no mundo atual. Controvérsias morais como essa, que ocorrem no âmbito das ciências biológicas e da saúde, são objetos de um campo de estudo próprio, chamado bioética, no qual especialistas de formações diversas (biólogos, filósofos e juristas, por exemplo) unem forças para resolver questões concretas ou criar referências para formação de juízos e para a prática.



No gráfico acima vocês podem ver como é que se deve fazer a coesão textual de um texto dissertativo. A relação entre conhecimento científico e controle social, tematizada em Gattaca, foi um dos objetos de análise mais significativos do filósofo francês contemporâneo Michel Foucault (1926-1984).
Pensando o poder para além das análises políticas tradicionais, Foucault sustentou que o controle dos indivíduos é feito de formas menos perceptíveis do que convencionalmente se poderia pensar. A disciplina na escola e nas cadeias, por exemplo, é uma forma de controlar a ação dos corpos. Já o que ele chamou de biopoder seria uma tecnologia, desenvolvida a partir do século XVII, para controlar o nascimento, a morte e a doença na população. Ela é marcada pela utilização de estatísticas e probabilidades para exercer controle sobre as pessoas, com o fim de promover a "vida". É o caso, por exemplo, de políticas de controle populacional e de agenciamentos dos Estados quanto a aspectos raciais da população. Poderíamos pensar, aqui, nas políticas de branqueamento da população presentes na história brasileira.

O conceito de Foucault é influente: pensadores mais atuais, como António Negri (1933-...) e Giorgio Agamben (1942-...), utilizam-no, em formulações próprias, para entender dinâmicas de dominação presentes na sociedade contemporânea. Para compreender melhor tal conceito, é preciso lembrar que, para Foucault, a atividade científica não se relaciona à busca de uma verdade universal. Cada época tem seu regime de verdade e sua forma de estabelecer o que é e o que não é verdadeiro. Na moder-